Via: Chico da Boleia
Na série Futuro do Transporte, gerente executiva da Fundação Dom Cabral, Silene Magalhães, fala sobre formação de lideranças e especialização para o setor
Como um profissional que quer se preparar para ser gestor de uma empresa deve planejar a sua qualificação?
Há requisitos importantes para que a pessoa possa traçar uma carreira de sucesso nessa área?
Conhecimento técnico, habilidades gerenciais e comportamentais são essenciais . A Fundação Dom Cabral realizou recentemente uma pesquisa no setor de transporte, que mapeia as principais demandas do setor na busca por mão de obra. O levantamento tem dados bastante interessantes e retrata o que o empregador do setor busca dos profissionais. Os principais requisitos são proatividade, orientação para resultados e capacidade de trabalhar em equipes.
Quais os desafios que enfrenta quem opta por esse caminho profissional?
Manter-se atualizado é um deles. A evolução e transformação tecnológica já chegou ao setor de transporte e está exigindo cada vez mais das pessoas, seja em funções gerenciais ou operacionais. No passado, para trabalhar como caminhoneiro, apenas ser um bom motorista era suficiente. Hoje, o requisito tecnológico é indispensável, além de aspectos comportamentais e éticos.
A preparação deve ser bem especializada quando se trata do setor de transporte?
Sim. As decisões ultrapassam o contexto de custos operacionais , o equilíbrio entre planejamento de curto e longo prazos, o entendimento correto da demanda, a visão ampliada e sem fronteiras do mundo e a evolução tecnológica, já citada anteriormente.
O que os profissionais mais jovens podem oferecer para a empresa, quando se fala de cargos estratégicos na corporação? O que agregam numa empresa?
Existe uma grande discussão sobre o equilíbrio entre várias gerações numa organização, seus riscos e oportunidades. Na minha opinião, o segredo está em aprender o que existe de melhor em cada uma dessas gerações. Jovens são sempre bem-vindos. Trazem ideias novas, novas formas de comunicação, questionamentos éticos e morais impensáveis para gerações mais velhas. Entretanto, muitas vezes são aflitos e afoitos. Gestão necessita de equilíbrio e capacidade crítica apurada. Combinar conhecimentos e experiência com novos talentos e novas ideias pode ser uma alavanca para as organizações.
E quais são os erros que tendem a cometer?
Desprezar o conhecimento existente, não conhecer a cultura da empresa, acreditar que conhecimento teórico é mais relevante do que habilidades comportamentais e, sobretudo, pressa.
As empresas devem apostar no desenvolvimento de lideranças internamente?
Sim, mas não apenas. Sangue novo renova as organizações. O desenvolvimento interno de líderes e gestores é um bom investimento a ser feito. Muitas organizações e empresas investem na formação e capacitação dos seus quadros de funcionários com resultados muito tangíveis e de longo prazo. Algumas companhias contratam profissionais e ou empresas de desenvolvimento de executivos para esta tarefa, para agregar uma visão mais crítica e produtiva do processo de desenvolvimento. A FDC é constantemente parceira de empresas e instituições nesta tarefa. Atualmente temos uma experiência muito rica, que é o Programa de Especialização em Gestão de Negócios para o setor de transporte, patrocinado pelo SEST SENAT através do ITL (Instituto de Transporte e Logística), que oferece aos diversos modais a possibilidade de formar especialistas em gestão para o setor de transporte.
O que define um bom líder?
Existem milhões de receitas e dicas para de definir o bom líder. Algumas que posso citar: autoconhecimento (é preciso se conhecer para saber as suas potencialidades); espírito de equipe (mais do que liderar, você precisar fazer parte do propósito dos ganhos e perdas da equipe que lidera); comunicação (conte suas histórias, ouça, pergunte e demonstre interesse pelos seus liderados; seja franco e gentil, e também aceite sugestões e críticas); versatilidade e flexibilidade (características e habilidades necessárias para enfrentar as oscilações e mudanças do mundo dos negócios); honestidade, ética e justiça (isso constrói relações duradouras e elimina surpresas).
Por que é importante pensar estrategicamente a administração de uma empresa de transporte, em suas diferentes áreas?
O setor de transporte, assim como qualquer outro no atual mundo dos negócios, está inserido em um mundo que chamo de “Ambiente VUCA” – Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo. O transporte, em especial no Brasil (pela extensão territorial), é um tema estratégico e deve ser gerido como tal.
Fonte: Chico da Boleia | www.chicodaboleia.com.br
Postado por: 4TRUCK | www.4truck.com.br