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Transportar carga além do limite permitido por lei não é apenas uma questão de assumir riscos e custos de manutenção, é uma questão de falta de ética no trabalho. Além dos prejuízos mecânicos e da falta de responsabilidade, sobrecarregar o veículo implica tomar para si a carga que outro profissional poderia transportar.
O presidente da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), Flávio Benatti, diz que o sobrepeso de veículos causa também impacto direto no preço do frete. “Transportar mais do que o veículo suporta é uma prática que lesa toda a sociedade e gera uma concorrência desleal no setor.
A falta de ética e de respeito com o próximo, a sobrecarga é um problema para si próprio. A pior e mais grave consequência dessa ação são os danos causados ao veículo. Claudio Gasparetti, gerente de marketing de caminhões da Mercedes-Benz, diz que “a sobrecarga engana: não há nada vantajoso nessa prática”. Segundo o engenheiro, os danos ao veículo são gigantescos, decorrentes de excesso de peso. Vão desde desgaste dos pneus, maior consumo de combustível, quebra da suspensão a desgaste do sistema de freios, o que compromete seriamente a segurança do caminhão.
Outra questão negativa de exceder a capacidade de carga do veículo é o aumento da emissão de gases poluentes. Além de o veículo consumir mais combustível, a queima começa a ficar irregular com o tempo, já que o motor trabalha sob pressão, o que piora a qualidade dos gases liberados.
Veículos com excesso de peso são os principais responsáveis também por danificar o asfalto nas estradas. “Caminhões com sobrecarga causam uma redução na vida útil do pavimento das rodovias pelo surgimento precoce de trincas, buracos e afundamentos na superfície do pavimento”, comenta Paulo Rosa, assessor de projetos especiais da Ecovias.
O grande problema são as rodovias não concessionadas. Segundo Benatti, estradas controladas pelo governo não contam com balanças ou qualquer tipo de fiscalização para evitar o sobrepeso. “O poder público demonstra um verdadeiro descaso com esse tipo de irregularidade.” O presidente da NTC afirma estar discutindo com o governo e com autoridades do setor para encontrar formas de evitar a prática da sobrecarga, mas as negociações pouco têm progredido. “Há falta de interesse do poder público”, diz.
Os especialistas do setor de transporte acreditam que um caminhão com 50% de excesso de carga cause 10 vezes mais danos ao asfalto do que se estivessem obedecendo a lei da balança.
A sobrecarga é um problema inegável dentro do transporte rodoviário de cargas e poderia ser solucionado com a conscientização de todos, pois, afinal, se o país luta por um transporte responsável, essa não pode ser uma prática comum.
Postado por: 4Truck | www.4truck.com.br